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A Verdadeira Batalha Espiritual.

  • André G. Figur
  • 8 de out. de 2019
  • 25 min de leitura

Nota prévia do autor:

Este texto foi escrito e reescrito muitas vezes, por se tratar de um assunto extenso, com muitas complicações e aplicações, o objetivo deste texto é que seja apenas um artigo que passe a ideia, o conceito, de forma simples, da maneira mais rápida possível.

Para não nos limitarmos a uma visão simplista sobre o tema, este artigo será melhor desenvolvido em vídeo, depois em um polígrafo ou livro, que serão disponibilizados aqui, mais tarde.

Introdução.

Antes de passarmos para Efésios 6:12-18, onde Paulo trata do que poderíamos chamar de batalha espiritual, primeiro é necessário lembrarmos algumas coisas.

Somos feitos em três partes, ou possuímos três partes:

Corpo: A parte externa, material, de carne e sangue, de nós, a qual usamos para interagir com o munto material à nossa volta, pelo qual temos as sensações pelos sentidos e reflexos mais primitivos.

Alma: Onde se originam nossas emoções e pensamentos racionais, o lugar onde recebemos as sensações e processamos a experiência em emoções, arquivamos esses episódios criando memórias, onde também nosso raciocínio ganha complexidade, desenvolve conceitos imaginários que ajudam a compreender o mundo que o corpo experimenta, dando origem ao conceito que entendemos por “realidade”.

Espírito: Onde se manifestam percepções independentes através da consciência, aquela parte da consciência que não foi construída pelo raciocínio nem pela emoção, que, por exemplo, concede a todo homem os rudimentos da moralidade, de um código de conduta. Mas além disso, no conceito bíblico, é o que faz o homem ter a natureza que o torna peculiar, diferente de toda criatura na terra, que o torna capaz de criar ferramentas e com elas moldar a natureza, construir cidades e terraformar o mundo segundo às suas necessidades e propósitos.

Conceito sobre o “Espírito” na bíblia:

O primeiro livro escrito da Bíblia que se tem notícia, não é Gênesis, mas Jó, e embora seja um livro escrito em estilo poético, de prosa e verso, trata de muitos assuntos inerentes a vida, e suas falas fazem a introdução da cosmovisão sobre a qual o resto das escrituras sagradas é redigido.

O livro de Jó era contado em tom de cordel, mas trazia verdades, além profecias sobre o Cristo, e o que poderia ser chamado de “origem do pensamento bíblico”. É o livro de Jó quem apresenta conceitos que serão trabalhados ao longo do resto de toda a bíblia, como corpo, alma, e espírito, o Espírito da Vida, que vem de Deus, e o espírito humano, que o diferencia de toda a criação, e o conceito de que o Espírito de Deus “inspira” o espírito humano em todo conhecimento e virtude.

Através da discussão apresentada nas páginas do livro de Jó, pode-se observar a exposição do pensamento religioso que esteve presente de Adão até João Batista, de que o espírito é imortal, veio de Deus e retornará para Deus quando morrermos, mas que a alma é finita como o corpo, ao passo que quando o corpo morre, a alma se dissipa, se perde.

Foi somente Jesus que trouxe a certeza de que a alma humana também, como o espírito, é imortal, e que o homem precisa se decidir aqui na terra enquanto vive, onde passará a sua eternidade após a morte: No céu, ou no inferno.

Além desse conceito, pode se observar na discussão entre Jó e seus “amigos”, o conceito passado a respeito de alma e espírito, que toda criação tem um corpo e uma alma e foi “animado” pelo Espírito Divino, mas ao homem não foi dado apenas “animo de vida”, mas um espírito próprio, um espírito humano. Conceito que é melhor explicado e reafirmado em Gênesis com a criação do homem, pois Adão, diferente do resto da criação, foi criado à imagem e semelhança de Deus, e como tal, imortal, com um espírito próprio, mas que esteva ligado ao Espírito de Deus enquanto não havia pecado. Depois que Adão pecou, seu espírito próprio foi desligado do Espírito Divino, perdendo a imortalidade e o contato com Deus.

A palavra usada para Espírito em Jó, que foi escrito em Hebraico, é Huach, enquanto que alma, é Neféch. No novo testamento em grego, as palavras correspondentes são, “Pneuma” para espírito, e “Psiquê” para alma. A parte intrigante sobre esses termos é que eles não perderam seu conceito e aplicação ao passar de uma língua para a outra, eles preservam praticamente os mesmos significados e conceitos, que são:

Neféch/Psiquê: Ambos tratam da mente e personalidade de cada pessoa, o que as torna quem são, suas particularidades de pensamento e opiniões, sua forma de ver o mundo, onde se manifestam suas emoções e raciocínio, onde habita o seu querer, desejar, desgostar, amar e odiar. Onde forma-se nosso pensamento, onde raciocinamos a importância que damos as coisas, onde percebemos de fato, o mundo a nossa volta, e decidimos o que fazer com ele.

Huach/Pneuma: Primeiramente no sentido prosaico “fôlego”, “sopro”, “respiração”, depois disso num sentido mais abrangente “espírito” - divino, humano, ou demoníaco, e ainda “inspiração”, não apenas no sentido respiratório, mas de ideias também.

Dentro disso ainda existem pelos menos dois sentidos dentro da etimologia de Espírito, presentes em toda a bíblia, que preciso ressaltar aqui:

“Fôlego”: não se limita meramente a respiração, quando usado no sentido de “Fôlego de Vida”, não compreende apenas a respiração ritmada de um ser respira e tenha um coração pulsante, mas também o tipo de vida, se eu pudesse trazer pra um conceito mais moderno, eu diria que se trata de um conceito parecido com o que, no tempo atual, atribuímos a DNA, que no consenso científico, é o que determina a natureza de cada espécie, incluindo a forma de comportamento instintivo de cada ser. Fôlego de vida não diz apenas que algo está respirando e por isso está vivo, mas determina que tipo de vida, que tipo de natureza este ser que respira possui.

“Inspiração”: A bíblia traz o conceito de que o Espírito de Deus inspira o espírito humano em todo conhecimento e entendimento (Jó 32:8), que é um conceito presente na história de cada personagem bíblico que “ouviu” a Deus, os profetas falavam muito sobre serem “constrangidos no espírito” a fazerem ou falarem o que “Deus lhes mandava”, no novo testamento vemos o mesmo comportamento da parte dos discípulos e dos apóstolos, Paulo foi alguém totalmente guiado “pelo que o Espírito manifestava em sua consciência”, é sobre isto que está firmado por exemplo o conceito de “livros canônicos” da bíblia como “livros de autoria inspirada pelo Espírito Santo”, que nada quer dizer além de que a bíblia se trata de um conjunto de livros escritos ao longo de milênios, com vários autores, a maioria a qual nunca se conheceram, tinham culturas e línguas diferentes, mas que escreveram seus textos e livros de baixo da inspiração de um mesmo Espírito, o Espírito Santo.

Este espírito humano, este fôlego de vida humana assoprada por Deus de sua boca em nossas narinas, é o que nos diz para andarmos sobre duas pernas, cozinhar alimentos, vestir roupa, fabricar ferramentas e com elas construir ferramentas maiores, e com elas terraformar o mundo a nossa volta. Este “fôlego de vida” trata da natureza que cada ser tem, e é sob esta luz que Jesus trata a respeito da necessidade que o homem tem de uma nova natureza, falando sobre comportamento, conduta.

Fixando o conceito, espírito fala de natureza, e fala de inspiração.

Natureza, pois temos uma natureza por causa do Espírito que o Senhor nos deu, que nós, na figura de Adão, corrompemos praticando o pecado, e por isso Cristo nos dá um Espírito novo, o Espírito Santo, uma nova natureza em nós.

Inspiração, porque é por meio deste Espírito que agora está dentro de nós que nos inspira pela consciência nas práticas da justiça e da vontade de Deus.

A má notícia, é que Satanás e seus demônios, por serem espíritos, também “inspiram” os homens.

Conhecendo o inimigo.

Jesus falando a respeito de Deus, diz que Ele é espírito, e importa que ele seja adorado em Espírito e em Verdade. (João 4:24) Por outro lado, mesmo que a bíblia não tenha exuberância de informações sobre satanás, também nos fala que satanás é um espírito. (Mt.12:43 Jesus trata Satanás por “espírito imundo”.)

Satanás não possui um corpo, e foi banido do mundo espiritual para o mundo material, onde aguarda até o momento em que será aprisionado eternamente no inferno. (Is.14:12-14 , Ez.28:12-19 , Ap.12:9 , Ap.20:1-15.)

Como um ser espiritual sem corpo, e sem o poder criador divino, ele é inerte em relação ao mundo material, não é capaz de tocar na matéria ou aletrá-la, não tem poder para pegar uma arma e matar um homem, para fazê-lo, precisa que algum homem aceite a sua sugestão para o mal, e execute essa tarefa.

Sendo primeiramente um espírito rebelde à vontade de Deus, tendo sido destituído de seu lugar nos céus, e tendo recebido sua sentença eterna, estando no período de espera pela aplicação de sua pena, tendo a certeza que tal juízo (o inferno) é inescapável, estando em um lugar inócuo à sua ação porque não havia, até a criação do homem, um ser espiritual a quem pudesse influenciar, quando o homem é criado, tudo o que ele pensou é que se não havia como vencer a Deus, nem fugir de sua ira, ele poderia tentar, ao menos, atrapalhar os planos de Deus, e havia encontrado o único instrumento que poderia “tanger” de alguma forma, nem que fosse somente pelo poder da sugestão.

E foi o que satanás fez no éden, ele nem mesmo mandou Eva comer do fruto, apenas colocou um “não” no que Deus a havia dito, pois Deus disse: Se comerdes do fruto CERTAMENTE morrereis. - Satanás apenas inseriu um “não”: - Se comerdes do fruto, certamente, NÃO morrereis. (Gn.3:4)

E isso bastou para que Adão e Eva revelassem seu mal desejo. Depois disso, satanás é sentenciado por Deus a ser o “ceifador” da vida do homem, e a ser esmagado por Jesus, e aprisionado no inferno por toda a eternidade no tempo do fim. (Gn.3:15, Gn.2:7, Ap.12:9 Ap.20:1-15)

Embora satanás tenha recebido o poder de cobrar a vida do homem, o pecado do homem não é contra satanás, mas contra Deus, satanás é apenas o cobrador desta dívida.

Imagine um ônibus de transporte público, o cobrador não é dono da empresa de transporte público, é apenas um funcionário.

Satanás não recebeu poder indistintamente para matar os homens como bem entender, assim como o cobrador de um ônibus não decide onde o passageiro vai descer. Ele apenas cobra, nem dirige, nem decide quem vai entrar, nem decide quem vai sair, fica preso na sua gaiolinha, cobrando a dívida.

Significa que satanás não tem, biblicamente, maior poder de ação que o da sugestão, para infiltrar a mentira, para corromper a consciência e levar o homem a prática do mal, que não é pouca coisa.

Se imagine no lugar de Satanás, imagine que você tem a garantia de que estará vivo até o fim do mundo, que você não precisa comer, não precisa de roupas, não precisa de abrigo, que é invisível, e que pode se locomover para onde quiser, como quiser, na velocidade do pensamento, e além disso, tem o poder de influenciar seus inimigos, que serão vitimados por você.

Imagine que o seu inimigo, diferente de você que já está neste ambiente, neste plano, desde formação da terra, chegou bem depois de você e vai levar, se tiver sorte, um terço da vida dele para conseguir adquirir alguma consciência da sua existência e do mal que você representa para ele.

Depois disso ele perceberá que não tem como atacar você diretamente, pois você é imune aos recursos e armas dele, e quando ele estiver perto de se tornar uma ameaça em um nível mínimo, não contra você, mas contra seu projeto de destruição da humanidade, não no sentido de destruir o seu plano, mas de atrasá-lo alguns segundos, ele já estará a beira do fim dos seus dias, e o que pra ele foi uma vida inteira, para você não passou de alguns minutos. Se você fosse satanás nessa analogia, mesmo sem poder atacar diretamente, você estaria com a faca e o queijo na mão.

Este é o inimigo de nossas almas.

Não temos, em nós mesmos, formas de vencê-lo, no máximo, podemos resistir a destruição imediata, através da cultura, tradição, legado e posteridade, fazendo com que cada geração, uma após a outra, se mantenha firme até o fim dos tempos, e quando tudo acabar, Deus for recompensará cada um segundo suas obras: os que creram, além da salvação, recompensas eternas no céu, e os que não creram, além de satanás e seus demônios, a eternidade no inferno.

A partir de Cristo, ganhamos uma coisa que muda tudo: a nova natureza do Espírito Santo em nós, pela qual podemos agora ser guiados pela plena vontade de Deus e capacitados a fazer sua vontade.

Mas a nova natureza só encontra sua finalidade se sujeitarmos nossa alma e corpo, a todo custo, a consciência manifesta pelo Espírito Santo sobre a vontade de Deus, sem isso, o melhor que faremos, se fizermos, é conseguir os resultados que o povo de Deus conseguiu no antigo testamento. (Ser lentamente destruídos por satanás.)

Conhecendo o campo de batalha.

Em Efésios 6:12-18 é onde encontramos nos escritos de Paulo um ensinamento a respeito do que poderíamos chamar de batalha espiritual, segue o texto do verso 12:

Efésios 6:12

Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais.

Paulo faz a introdução apresentando-nos a batalha, corrigindo o alvo, dizendo que “nossa luta não é contra carne nem sangue”, ou seja, não é contra as pessoas, depois ele apresenta o que parece ser uma hierarquia que funciona entre satanás e seus demônios, falando em “principados”, “potestades”, “dominadores deste mundo” e “espíritos demoníacos”.

A primeira parte do verso é simples de entender: Nossa luta não é contra pessoas, pessoas não são o nosso alvo nessa guerra, não devemos partir para o ataque de pessoas, nossa guerra não tem por meio nem fim o derramamento de sangue. - E sobre isso, ninguém discute, a grande questão vem sobre a segunda parte do verso doze em que são apresentados esses termos em português:

Principados.

Potestades.

Dominadores do Mundo.

Espíritos do Mal.

Existem pontos de vista que interpretam a segunda parte do verso doze como sendo de fato uma hierarquia de funcionamento do sistema do inferno neste mundo, como se Principados fossem príncipes do inferno como “Belial ou Belzebu, Astarote e Asmodeus, e Leviatã”, vindo depois deles demônios territoriais, responsáveis pelos países, estados e cidades, depois deles viriam demônios com poder sobre o tempo climático que buscam criar cataclismas para matar o maior número de pessoas, e por fim, demônios comuns, sendo a infantaria do inferno que atormentam a vida de cada pessoa na terra. Todas as outras teorias sobre isso derivam desta, mudando apenas algumas coisas a respeito da esfera de influência de cada um destes níveis, mas não deixam de tratar o texto como a apresentação de uma hierarquia.

Vamos deixar de lado este pensamento, e observar as palavras utilizadas no texto original, e sua tradução e conceito.

Principados = Arché

Arché, não era uma palavra comumente usada para referir-se cargo de poder como o herdeiro de um trono hereditário, como o é o caso do que pensamos sobre “príncipe”, que na verdade se origina no termo “Prim”. Arché na verdade é o mesmo termo que origina a palavra “princípio”, mas não princípio como a ponta de uma corda por exemplo. Mas além disso, Arché, por se tratar “daquilo que origina qualquer coisa” ou “origem”, “fonte”, seja de pensamento, ideia, direito ou poder, também tem a conotação de origem do poder, pessoa ou pensamento de quem se origina todo poder, todo direito. Mas seu uso, como a própria palavra “princípio” no português, não se limitava apenas ao sentido legal ou político, mas também usado amplamente no meio filosófico como princípio de ideias, princípio de virtudes que fundamentam uma ideia, plano, filosofia ou cosmovisão maior, uma ideia original que justifica a conduta del alguém ou de um grupo de pessoas, ou ideia original que justifica o resto do pensamento e das atitudes que uma pessoa decide ter. “Ideia que origina uma cosmovisão.” (Cosmovisão é o mesmo que “visão de mundo”.)

Potestades = Exousia

Exousia também traduzido por poder em alguns outros lugares no novo testamento, se trata de um poder diferente do que a atual geração está acostumada a pensar nos quadrinhos e filmes, aquele poder almejado nos enredos dos quadrinhos e filmes do cinema, é “Dynamus”, que é poder transcendental, poder que transcende barreiras, poder explosivo, poder violento, poder que transforma. Exousia está mais ligado a poder jurídico ou político, por se tratar de um poder de direitos, poder de recebido de capacitação para exercer o poder em favor do princípio que outorgou poder, que cedeu poder, que deu poder, que deu o direito. No sistema democrático “o poder emana do povo”, assim o presidente da república é empoderado pelo povo que o escolheu a exercer o poder em favor do povo, assim o povo é o princípio ou principado que delegou autoridade a um homem, com a finalidade de que esta autoridade seja exercida em benefício do povo. Saindo, novamente, do aspecto “jurídico” do termo, potestade é ser empoderado por alguém, ou alguma coisa que lhe de poder, é “receber poder para fazer”, “ser empoderado no direito de”, e isso vai bem além de um sistema burocrático, jurídico, ou político, no campo do pensamento, uma pessoa é empoderada por princípios, por ideias, por pensamentos, que lhe impelem a fazer alguma coisa. Por exemplo: Você não é um salva-vidas, mas tem alguém se afogando, e você nada muito bem, quem tem o direito e o dever de salvar aquela pessoa seria um socorrista profissional como um bombeiro ou um guarda-vidas, mas não existe nem um por perto, sua mente se constrange pelo princípio de preservação a vida, e pelo princípio de que se fosse você a se afogar, iria querer que alguém lhe salva-se, então você se lança na água e salva aquela pessoa. “O princípio te empoderou” a tomar a atitude de salvar aquela pessoa. - Essa mecânica se estende para tudo o que fazemos na vida.

Dominadores do Mundo = Kosmokrator.

Kosmokrator é frequentemente, em escritos extra bíblicos contemporâneos ou mais antigos ao período do novo testamento, como “conquistador”, o termo por exemplo quando referido a Alexandre o grande, queria dizer que ele era o conquistador do mundo, contra o qual ninguém podia se opor a sua vontade, pois ele imporia seu domínio, por bem, ou por mal. Kosmokrator carrega este sentido de dominador, de alguém que pega, toma para si, conquista, sujeita, domina. O termo Kosmokrator neste aspecto é sinônimo de outro termo citado nas escrituras em Ap. como Nicolaítas, que significa “dominadores do povo”, gente que usa de força, mentira, manipulações e artimanhas, para manter um grupo de pessoas sujeitas ao seu domínio. Este é o “nicolaísmo” que Jesus disse que odeia e tem nojo. Kosmokrator neste aspecto está mais próximo da pessoa que faz o que a sua vontade deseja, a qualquer custo.

Espíritos do Mal = Poneria Pneumatikos.

Poneria significa “corrupto, corrompido, corruptor,” e “pneumatikos” é espíritos, logo o significado prosaico é de “espírito corrompido”. Como a bíblia apresenta o conceito de que o mal nada mais é que a corrupção do bem, ou seja o mal não existe por si mesmo, ele depende de que primeiro exista o “bem”, a corrupção é o mal, por isso está certíssimo em ser interpretado Poneria Pneumatikos como “Espíritos do Mal”, que significa que são espíritos que se corromperam, e tem por objetivo corromper, a fim de que o corrompido pratique o mal. Observando o uso destes termos em conjunto, pode-se observar que embora o sentido literal parece se referir direto ao “espírito”, se refere na verdade à obra praticada, como o pecado praticado, por exemplo: “O assassino psicopata só pode ter um espírito do mal.” - A sentença aqui não vem porque alguém, antes da pessoa se revelar um assassino, viu nele propriamente um espírito mal, como um demônio, ou algo assim, mas “espírito do mal” vem como uma sentença por cauda do que a pessoa fez, no caso assassinato. Trazendo o pensamento lógico implícito: - Quem assassina, não pode ser do bem, logo, tem que ser do mal.

O assassinato é um caso extremo que usei para explicar o que eu queria, mas o fato é que isso se aplica a qualquer pecado, quem pratica o pecado, revela um “espírito mal”, não como se estivesse possuído por um demônio, mas simplesmente porque as suas obras remetem a sua filiação a satanás que é “o agente corruptor”, o “agente do mal”. Jesus disse aos fariseus que eles eram filhos de Satanás por causa das más obras que faziam, não porque tinham o demônio no corpo, da mesma forma ele diz que aqueles que fazem as obras de Deus são filhos de Deus, e tudo isso é dito no sentido que as nossas obras revelam nossa natureza, de filhos de Deus, ou de filhos da perdição.

Depois de buscar os termos originais, a etimologia, desambiguação, antecedente de uso, talvez tenhamos criado uma verdadeira bagunça na sua mente a respeito deste assunto, o conceito anterior de hierarquia parecia mais “simples” do que este que estou apresentando não é mesmo?

Pois bem, é justamente a conexão entre desses significados que quero passar ao leitor, embora pareça mais complicado, no fim se trata de algo infinitamente mais simples e prático.

Parafraseando o versículo 12 é como se Paulo estivesse dizendo o seguinte:

“Nossa luta não é contra as pessoas, mas contra os princípios demoníacos inspirados por satanás, que empoderam os homens, para buscarem impor sua própria vontade que não produz a justiça de Deus, mas os leva a prática do pecado.”

Ou simplificando mais ainda:

“Não ataquem as pessoas, ataquem os princípios e ideias que elas carregam, pois é por causa de princípios que elas se sentem no direito de fazer o que quiserem e por isso acabam praticando o mal.”

Não seria Paulo afirmando uma hierarquia demoníaca, mas mostrando como satanás trabalha nos homens, corrompendo a consciência do homem com seus princípios que justificam toda destruição, mortandade e mentira em prol de qualquer causa própria, ou causa “maior” (que também é própria).

Sendo simplista, “é uma ideia que faz a pessoa pensar que tem o direito de tomar qualquer atitude”.

A forma de atuação de Satanás pode ser observada desde Adão até Judas, no entanto é a partir de Caim que podemos observar o grande plano de Satanás atingir seu propósito final. A morte? Certamente alguém me perguntaria, mas eu diria que não somente a morte, pois de nada vale a Satanás alguém que tendo cometido assassinato, confesse, e arrependa, nunca mais faça isso, pague pelos seus crimes e nunca mais incite ninguém a cometer os mesmos atos, não, o que Satanás quer é que o pecador seja uma indústria de pecados, que ele não apenas cometa, mas venda pecados, exporte pecados, forme novos pecadores que levem mais pessoas a pecar.

Caim foi primeiro filho de Adão e Eva, e também o primeiro filho a manifestar a vontade de apresentar oferta queimada de sua produção a Deus (Gn.4:3-4), e de acordo com a revelação de Hebreus (Hb.11:4) a oferta dele não foi aceita diante de Deus por que não teve fé. Depois disso, seu irmão Abel, também teve vontade e apresentar a Deus um holocausto, e a sua oferta foi aceita, porque teve fé. Caim ao se sentir rejeitado entrou em crise emocional, e como qualquer pessoa no seu instinto natural, teve um pensamento simples: Sou rejeitado porque o outro é melhor do que eu, não tenho como ser melhor que ele...

Satanás vagando pela terra encontrou em Caim a possibilidade de corromper a consciência de Caim com pensamentos de morte apenas completando o raciocínio de Caim desta maneira: … ele tem que ser eliminado!

Caim, acolheu a sugestão de Satanás e corrompeu com justificativas a sua consciência em prol de sua vontade.

O texto fala que Deus o exortou a respeito do pecado: “Eis que o pecado está a porta, cabe a ti dominá-lo.” (Gn.4:7)

Depois disso, Caim levou Abel para o campo onde o matou, Deus veio ao encontro de Caim e a conversa passou por três pontos: Primeiro Deus deu a chance de Caim confessar seu pecado (Gn.4:9), em vez disso ele desconversou (Gn.4:10), depois Deus deu a sua sentença (Gn.4:10-12), e Caim ainda sim não assumiu seu pecado nem suplicou por perdão, em vez disso suplicou pela sua vida pois “tinha medo de que alguém que o encontrasse o matasse” (Gn.4:13-14), e Deus lhe deu uma marca para que tal não acontecesse e ele pudesse aproveitar os seus dias de maldito sobre a terra. (Gn.4:15-16)

A conversa de Caim com Deus revela onde estava o seu coração, e em nem um momento passou pela possibilidade de confissão e arrependimento, em vez disso sua mente se afundou cada vez mais em seu próprio ego, Caim acolheu um princípio demoníaco em sua mente, bem simples, mas que determinou a condenação da humanidade em Noé: - Preciso matar para não morrer, a melhor defesa é o ataque.

A bíblia narra sobre sua descendência e as obras dela, foi a sua descendência que aprendeu a fundição do metal e criou armas, e começou guerras. (Gn.4:17-24)

O princípio de Satanás estava muito bem estabelecido em sua mente, e nele Satanás teve vitória, pois daquele momento em diante na sua vida ele não precisaria fazer mais nada, Caim personificou o trabalho do capeta: Roubar, Matar e Destruir.

A estratégia de Satanás

1) Observar o homem no seu dia a dia, procurando momentos em que a natureza humana que pende para o pecado, criar suas pequenas crises. De convivência por exemplo, como no caso de Caim, era inevitável que dois irmãos cedo ou tarde se sentissem incomodados um com a presença do outro, pelos mais variados motivos, desde questões de posse de um objeto, até a ofensa contra o ego. Observando Satanás busca encontrar esses momentos de crises, de perturbação na natureza humana, para que ele possa avançar para o segundo passo.

2) Sugestionar a prática do mal, quando ele encontrou a crise, a perturbação, o desconforto que procurava, através da sugestão na consciência do homem, ele busca corrompê-la, fazendo por exemplo, pequenos desconfortos se tornarem o estopim de uma guerra entre um ser humano e outro, ou levando uma pessoa a se afundar em um mar de incertezas, inseguranças, medos, filosofias que levam a pessoa para um buraco de onde não consiga sair depois. Mas a sugestão não é um fim em si mesmo, até porque ela está limitada ao “campo de interesses” de cada pessoa, sugestionar “encher a cara de bebida” não vai funcionar para quem é dominado nessa área, mas se o mesmo conselho for dado para quem tem tentação pelo Álcool, a chance de vitória é mais garantida, por isso o próximo passo é o que vai definir o sucesso da sugestão.

3) Impactar a alma, a mente e as emoções de quem acatou a sugestão para praticar o mal, através da prática deste mal. Por exemplo, a experiência de Caim ter matado Abel impactou profundamente a alma de Caim, este impacto desestabilizou suas emoções e desarmou seu racional, deixando sua consciência sem proteção contra o que mais satanás quisesse colocar nela. No próximo passo, em vez de criar coisas novas, ou mais radicais, satanás apenas concluí seu trabalho.

4) Consolidar a corrupção da consciência, transformando aquela pequena sugestão inicial em um princípio de vida na mente do praticante do pecado. Depois disso o homem está “programado para o mal”, tudo que ele produzir em sua vida será em prol deste princípio de vida distorcido. Esta pessoa será um agente criador de experiências, e disseminador de ideias, e tanto a experiência quanto as ideias que disseminar, irão fornecer o material necessário para satanás continuar corrompendo a consciência dele, e das outras pessoas envolvidas.

Em um passado recente, Hitler, Mussolini, Pol Pot, entre outros genocidas e ditadores assassinos em massa, é possível de se observar o mesmo processo, em algum momento de suas vidas eles foram frustrados pela vida e por isso foram acolhendo ou criando ideias que pareciam boas, justas a seu próprio modo e finalidade, e foram “tomando atitudes” para provar essas ideias, cometendo pequenos atos imorais em prol de “uma causa maior”, até que de um determinado momento em diante comprometeram sua consciência totalmente com os princípios e ideias que pensavam serem seus, ao passo de se sentirem no direito de fazer o que fosse preciso para conquistas o que queriam, usando de todo meio para atingir seus fins.

Cada um destes nomes pegaram ideias que já existiam, acrescentaram suas próprias necessidades, objetivos e ilusões a elas, criaram suas ideologias e sacrificaram o mundo em prol delas, e este tipo de coisa acontece desde Gênesis, e acontecerá até a conclusão de Apocalipse.

A igreja de Éfeso, como em toda parte naquele tempo (e penso que neste tempo também), tinha de lutar diretamente contra a disseminação de teologias e filosofias falsas, misticismos e muitas outras mentiras, como o gnosticismo, a relativização se Jesus existiu mesmo ou era um conceito filosófico do homem evoluído, o nicolaísmo, e todo tipo de coisas que estabelecessem na mente do Cristão um prumo errado de pensamento que condenasse a sã doutrina, que tornasse o Cristão irrecuperável de enganos, e o fizesse um propagador de novos enganos.

De longe, a maior ameaça ao Cristianismo da época (e penso que o de agora também), não era a perseguição pela qual eles seriam mortos, não eram as dificuldades constantes que eles tinham de lidar, como a fome, falta de abrigo e até de roupa, mas princípios errados, fundamentos do evangelho torcidos à própria vontade do homem. Pois no momento em que a verdade do evangelho deixasse de ser exposta a partir dos fundamentos estabelecidos por Cristo, todo cristão estaria perdido em seus pecados.

Onde se perdesse o princípio da Cruz, onde se perdesse o princípio de viver pelo centro da vontade de Deus, onde se perdesse o princípio de sacrificar sua própria vontade em favor da vontade de Deus, todo o resto da vida cristã seria inócua, estéril. A igreja seria um clube formado de pessoas que não querem ir para o inferno, mas não entregam suas vidas para serem salvos, porque entregar a vida é ter que abdicar do seu próprio querer.

Por isso que Paulo em Efésios 6:12, primeiro corrige o alvo, depois apresenta a forma que o diabo trabalha em nossa mente, aí em Efésios 6:13-17 apresenta as armas que temos a nossa disposição e implicitamente a forma de combater nessa guerra.

Conhecendo nossas armas.

Do verso 13 ao 17 de Efésios 6, Paulo apresenta um aparato militar de soldado da época:

Efésios 6:13-17

13 Por isso, peguem toda a armadura de Deus, para que vocês possam resistir no dia mau e, depois de terem vencido tudo, permanecer inabaláveis.

14 Portanto, fiquem firmes, cingindo-se com a verdade e vestindo a couraça da justiça.

15 Tenham os pés calçados com a preparação do evangelho da paz, 16 segurando sempre o escudo da fé, com o qual poderão apagar todos os dardos inflamados do Maligno.

17 Usem também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

Existem linhas de pensamento que olham para esses aparatos de guerra de forma simplista, e até infantil, como se essas armaduras e armas fossem algo literal-imaginário, como se o cristão devesse ler estes versículos em oração e agir como se estivesse vestindo cada parte da armadura, embraçando o escudo e sacando a espada, para desferir golpes no ar como ser estivesse de fato “ferindo o inimigo”, como se isso tudo tivesse um poder místico objetivo.

Mas deixando esse pensamento de lado junto com aquele outro sobre hierarquias, o que na verdade ocorre, é que Paulo está usando da figura de linguagem, fazendo uma analogia usando uma figura comum em todo o mundo da época para falar de virtudes e de como usá-las no seu proceder diário.

Parafraseando desde o versículo 12 até o 17 de Efésios 6:

“Nossa luta não é contra as pessoas, mas contra os princípios (Arché) demoníacos inspirados por satanás, que empoderam (Exousia) os homens para buscarem impor sua própria vontade (Kosmokrator) que não produz a justiça de Deus, mas os leva a prática do pecado (Poneria Pneumátikos)."

"Por causa disso, peguem toda a armadura de Deus que é constituída de virtudes que protegem a consciência no dia mau, e depois de terem resistido às tentações e aflições, continuem numa certeza inabalável."

"Então firmem-se na verdade, vestindo-se primeiro com a verdade como se fosse a roupa que fica junto ao corpo, isso quer dizer que tudo que fizer faça à luz da verdade, pois se assim o fizer a justiça sempre será a sua proteção vital como couraça que não deixa flecha, lança ou espada penetrar no teu peito acertando o coração e arrancar-lhe a vida. Pois no dia em que a justiça não for sua proteção, com razão serão mortos."

"Estejam profundamente fundamentados no evangelho, não deem nem um paço sem que o evangelho da paz respalde os teus passos, pois sem ele estará desprotegido do contato com o mundo e será contaminado, e nunca desanimem da fé no evangelho e em Cristo, pois a fé é no firme fundamento do evangelho é um escudo impenetrável contra todo argumento de princípios, ideias e ideologias, filosofias e tentações satânicas que visam corromper a consciência como flechas inflamadas que, se não matam imediatamente, aleijam, ou corroem pelo arder do fogo a resistência do resto da armadura e das estruturas de defesa."

"Mantenham a mente de vocês resguardada, protegida por uma consciência de que em Cristo são salvos pela Fé e a Graça, Fé de que Cristo é o sacrifício perfeito que pagou nossas dívidas para com Deus, e na Graça porque sem merecermos, antes que quiséssemos, fomos salvos pelo querer de Deus que revelou dos céus seu infinito amor, mantendo essa consciência presa a sua cabeça como capacete de metal maciço, que às vezes limita até mesmo o campo de visão tirando a visão periférica, mantendo sempre com o olhar no foco, mas mantém sua vida sã e salva."

"E como arma contra todo princípio, toda ideia, toda filosofia, toda “boa vontade” que não vem de Deus, usem a Palavra de Deus para discernir todas as coisas, para estripar todo princípio, toda ideia, toda ideologia, toda filosofia de pensamentos, até que seu interior esteja exposto, usem a Palavra de Deus para fatiar sem dó, todas as coisas, pois ela é verdadeira arma espiritual, sem a qual não tendes com o que atacar essas coisas."

Indo à guerra.

Para finalizar, Paulo encerra com a parte prática de como travar essa guerra, no verso 18 do capítulo 6:

18 Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo de oração e súplica, e para isto vigiem com toda perseverança e súplica por todos os santos.

A parte prática se traduz nisso:

1) Orar. Falar com Deus, aquela oração diária em português, em que você conta ao Deus que sabe de todas as coisas como foi seu dia, onde está o seu coração, o que você tem desejado, o que você tem percebido que precisa de mudança, na sua e na vida dos outros, confessa seus pecados, suas indignações, suas incredulidades. Além dessa oração a oração em línguas que é a oração no Espírito, que deve ser orado “o tempo todo”, não em voz alta como se os outros fossem obrigados a lhe ouvir, mas balbuciando no volume da sua respiração, ou cantarolando algum ritmo, é possível não incomodar ninguém ao mesmo tempo que não deixa de edificar a si mesmo, e enquanto isso, trabalha, estuda, vive, mantém a mente ocupada com tudo que é bom, tudo que é digno, tudo que tem alguma virtude.

2) Suplicar. A parte mais difícil de suplicar em oração qualquer coisa a Deus, é que é difícil não incorrer num destes dois extremos: 1ª o pensamento de que “ele sabe de todas as coisas que iremos dizer antes mesmo de nós falarmos”, o que produz em nós às vezes um sentimento contrário ao próprio mandamento de suplicar. “Porque eu vou suplicar algo a Deus se Ele sabe as necessidades que eu estou passando? Se ele Ele quiser Ele supre. 2ª – O pensamento de que pelo tanto que pedimos vamos alcançar o que desejamos.

Por isso eu acho necessário falar um pouco sobre o que é a súplica, e em que ela difere da oração. Primeiramente a súplica difere da oração pelo seu significado radical, onde oração é “conversa”, e súplica, é “pedido”. Depois disso, tem se a necessidade de deixar claro que súplica não é um pedido civilizado, “súplica” normalmente carrega o sentimento de “ultimo pedido de uma alma moribunda”, como um homem que insultou a realeza suplica ao rei pela sua vida, se puder ser colocado assim, a súplica é um pedido imperativo que quer ser atendido, exemplificando:

Pedido: O senhor poderia, por gentileza, se não for um incomodo, poupar a minha vida?

Súplica: Pelo amor de Deus e de tudo que lhe for mais sagrado, poupe a minha vida!

Suplicar pela própria vida não é tarefa difícil, mas o texto nos manda suplicar pela vida “do outro”, pela vida “dos irmãos”, não apenas para que “Deus os abençoe”, mas pedir especificamente sobre as necessidades que cada irmão tem, ou dificuldade que esteja passando, para que Deus supra as necessidades, de proteção e amparo, para que cada irmão consiga fazer a vontade Deus a qual Ele chamou cada um. Esta é a verdadeira “cobertura” da igreja de Cristo em Ação.

Parafraseando o Efésios 6.18:

“Conversem com Deus e peçam coisas a Ele para o bem de seus irmãos, como Cristo pedia em favor de vocês.”

Ou ainda:

“Conversem, sejam íntimos de Deus, e peçam as coisas com persistência a Deus na certeza de que irão receber tudo que pedirem dentro da vontade de Deus para que vocês e seus irmãos possam fazer a vontade de Deus na terra.”

Finalizando.

Como eu disse no início do artigo, esse tema é muito complexo pois, apenas para explicá-lo, é necessário explicar muitos outros assuntos da vida Cristã, como o que é o homem, o que é satanás, o que é principado, potestade, dominadores do mundo e espíritos do mal, o que é oração, o que é súplica, para que serve, e haveria muito mais, mas preciso encerrar este artigo por aqui e quero terminar com o objetivo geral:

O diabo trabalha no homem corrompendo sua consciência, e o maior objetivo dele é fazer com que o os homens distorçam princípios em virtudes em ideologias e filosofias de vida que justifiquem fazer a própria vontade perversa. A forma de se proteger contra isso é manter uma forma de conduta embasada nos princípios do evangelho e manter sempre em mente esses princípios, se aprofundar no conhecimento de Deus e sua palavra, e usar a palavra de Deus como espada afiada, bisturi e régua, prumo, nível, valor de medida incontestável, para medir, comparar, cortar indo da superfície das ideologias, filosofias e pensamentos, até suas entranhas, e provar pela palavra a sua validade. E a forma de atacar com nossa infantaria, é manter o relacionamento íntimo com Deus, e pedir uns pelos outros, por aquilo que cada um precisa para executar a vontade de Deus.

Aqui a igreja conheceu o inimigo, entendeu como ele ataca, aprendeu a se defender, e aprendeu a atacar. E em nem um momento isso passa por ataques direto a satanás como se tivesse um corpo para ser ferido, nem às pessoas como se batendo nelas fosse possível tirar o demônio delas, ou como se as matando fosse possível resolver o problema. Não nossa luta nessa guerra está em conhecer a Deus, dobrar a vontade da nossa carne dia a dia, cultivar as virtudes do evangelho em nós, passar essa cultura para nossos filhos, e capacitar a próxima geração nessa batalha. Pois de pouca valia tem alguém “poderoso em palavras”, “poderoso em obras”, mas que não prepara a próxima geração, não deixa legado.

 
 
 

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