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Discernimento: Vontade de Deus.

  • André G. Figur
  • 30 de jan. de 2019
  • 6 min de leitura

Discernimento: Vontade de Deus.

Quando falamos de “Vontade de Deus”, nos referimos a pelo menos dois tipos de vontade divina, aquilo que chamamos de “Vontade Permissiva”, e “Vontade Perfeita”.

É difícil de falar naquilo que é “permissivo” da parte de Deus, pois aqui se enquadra absolutamente tudo que o homem já fez na história da humanidade e ainda fará no futuro até o fim dos séculos. Por exemplo as guerras mundiais, o holocausto nazista, manipulações genéticas, ideologias terríveis que destruíram nações, o tráfico de armas, drogas, pessoas e o mercado de órgãos, toda maldade humana, tudo está dentro dos limites do que é “permissivo”. A percepção disso causa uma profunda revolta no coração de qualquer ser humano: - Pois COMO Deus permite algo assim? Ou Deus não existe, ou Ele é um sádico!

Para entender o porquê disso tudo ser possível dentro da vontade permissiva de Deus, é necessário entender o relacionamento humano, entre pais e filhos. Todo bom pai tem um sonho para seu filho, e isso representa a boa perfeita e agradável vontade do pai para o filho, mas todo bom pai, também dá a seu filho liberdade de escolher o que quer. Se esse filho escolher o que o pai queria para ele, quão feliz ele deixará seu pai, mas se ele escolher qualquer coisa, ou pior, algo extremamente oposto ao que seu pai quer para ele e o caminho em que o ensinou, quão profundamente triste esse filho deixará seu pai. Esse filho pode provocar a ira de seu pai, ele pode desaforá-lo, pode sair de casa e se virar sozinho, e pode nunca mais voltar a falar com esse pai. Em momento algum esse pai, mesmo manifestando de forma agressiva seu repúdio à vontade controversa do filho, prenderá o filho com grilhões, ou o enjaulará como um animal, apenas para que o filho não faça o que é mal. Ele deixará que o filho se rebele, saia, faça o mal, seja preso, e se preciso, morra pelo que fez.

No momento que o filho se rebelou e saiu da cobertura de seu pai, esse pai não tem mais nenhuma responsabilidade de proteger esse filho, pois o filho saiu de baixo da autoridade e da tutela de seu pai porque quis, porque decidiu por si mesmo fazê-lo, e essa vontade será respeitada por seu pai, caso contrário, não existiria livre arbítrio, e sem livre arbítrio não existiria amor nessa relação.

Tal qual o exemplo que citei, muito parecido com a parábola do filho pródigo, a humanidade é representada na atitude do filho, e Deus na atitude do pai, da mesma forma, a humanidade se rebelou contra Deus e saiu de sua tutela, assim Deus como o pai, não tem qualquer responsabilidade de proteger o filho das consequências de suas escolhas, sejam elas quais forem. Caso contrário, não houvesse essa liberdade do filho se distanciar de seu pai e fazer o que bem entende, então não existiria liberdade, e assim não existiria amor.

Mas Deus vai além de nos amar, apenas respeitando nossas escolhas, ele nos ama tanto que mesmo depois de toda ofensa, depois de todo pecado contra Ele, ele ainda está lá nos esperando de braços abertos para no receber de volta em casa, e mesmo sujos com esterco de porco, mesmo sujos com a podridão do pecado, ele não exitará em nos abraçar, dar vestes novas, e pôr seu anel em nosso dedo.

E é a partir desta última analogia, que podemos entrar no assunto “Vontade Perfeita” de Deus.

Todo homem nasce inimigo de Deus, pois nasce no pecado de Adão, assim todo homem nasce condenado ao inferno, mas através do arrependimento, do batismo, e da conversão, pela fé em Jesus Cristo, somos feitos filhos de Deus e reconciliados com Deus, tal qual a parábola do filho pródigo. A partir daí, nos somos apresentados a vontade de Deus, e nela e ainda encontramos duas vocações, ou dois chamados.

Chamado geral: O serviço ao qual todos os filhos de Deus foram chamados para fazer, que é pregar o evangelho a toda criatura, convidar todos ao arrependimento e batizar os creem, alimentar o faminto, cuidar do órfão e da viúva, abrigar o desabrigado, compartilhar seus recursos com seu irmão, e ajudar o próximo. Porque essas coisas são as obras de um filho de Deus.

Chamado específico: A revelação de como especificamente Deus quer que você cumpra o chamado geral. E isso vai falar sobre que emprego ter, ou que faculdade fazer, sobre abrir ou não uma igreja, ou uma empresa, sobre ser ou não pastor, sobre largar tudo agora ou não, sobre casar ou não, sobre tudo de forma particular na sua vida.

Como dito no artigo, “Discernimento: Vontade Humana”, a primeira coisa que o evangelho nos pede para que possamos entrar no Reino de Deus, é que abandonemos a nossa própria vontade, em prol da vontade de Deus. Por isso no começo da vida cristã passamos por uma crise de abnegação da própria vontade em prol de descobrir e executar a vontade específica de Deus em nossas vidas.

Chegamos ao ponto de imaginar, durante a crise, que nossa vontade tem que ser extinta, que jamais iremos exercer nossa própria vontade novamente, que ela é inteiramente má. Mas quando passamos pelos primeiros passos da vida cristã e entregamos todas as áreas da nossa vida nas mãos de Deus, acontece algo que não esperávamos: Deus nos entrega a liberdade. Ele nos faz verdadeiramente livres, como nunca fomos até então.

Então descobrimos que Deus não apenas respeita a vontade humana, mas quer que o homem tenha vontade própria. Pois Ele não se satisfaz com filhos que apenas fazem o que Ele manda, esses não são filhos, mas servos. Ele quer que compartilhemos da sua vontade, que queiramos o que Ele quer, que desejemos o que Ele deseja.

Imagine por um momento que Deus lhe pede tudo, e você passa pela crise de ter que entregar tudo pelo qual lutou e construiu com árduo trabalho, ou que desejou com todo o seu ser em ter, mas você entrega, e quando você entrega, aquilo já está morto no seu coração, já não lhe importa mais nada a respeito daquilo. No momento seguinte ao que você entrega, Deus lhe devolve, e ainda quer que você se dedique ainda mais.

Parece ilógico, parece piada, mas é esse tipo de acontecimento que prova quêm ou o quê você ama de verdade. Aqueles que não conseguem entregar tudo, amam mais aquelas poucas coisas ou esperanças, ou sonhos a que ficaram agarrados, do que amam a Deus, e Deus como Pai, respeita a escolha dos filhos e deixa que eles permaneçam agarrados ao que tanto amam, mas também deixará que esses filhos sofram as consequências daquilo que decidiram. No entanto, sempre quando é Deus pedindo que nós entreguemos tudo, para alcançar sucesso na execução do que ele pediu, é necessário que seja entregue tudo, se entregarmos tudo, menos tal coisa, ou tudo, menos tal sonho, tudo ou menos tal preocupação, então falhamos no cumprimento do que nos foi pedido, e ficamos sem nada do que Deus queria para nós. Num pedido como esse, é tudo ou nada.

Quando nossa vontade é finalmente provada, quando nosso amor fica provado por Deus e a sua vontade, então Ele vai ficar feliz ver o que você quer, pois se passou desta etapa, então é porque você quer o que Ele quer e assim compartilha da vontade Deus.

Isso é uma dinâmica, isso não é uma prova na vida como vestibular ou a entrevista do emprego dos sonhos, isso vai se repetir muitas vezes durante a vida cristã, todas as vezes que o seu coração (sua vontade) pender para a carne (para si mesmo).

Em suma a vontade perfeita de Deus envolve um relacionamento profundo com Deus através de muita oração, leitura e estudo da palavra, e prática da vontade Deus. A vontade permissiva, engloba desde, toda maldade humana que é possível ser feita, até toda bondade que fazemos achando que nossas obras nos fazem boas pessoas.

Se você não sabe qual é a vontade específica de Deus pra você, ou se sabe, mas não está se movendo em direção ao cumprimento dela, então você está na vontade permissiva, do mesmo jeito que o assassino.

Nota: Para abordar o assunto sobre a vontade permissiva ou a vontade perfeita de Deus, se existe salvação dentro da vontade permissiva, até onde é possível ser salvo, se podemos viver uma vida toda na vontade permissiva e ainda sim agradar a Deus, seriam necessárias ainda muitas páginas de texto, por isso, o que foi exposto é apenas uma reflexão a respeito do assunto que visa expor algo complexo com o mínimo possível de explicação. Mais artigos terão que ser redigidos para abordar o assunto de forma satisfatória. #theokratos

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