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Discernimento Espiritual. #1

  • André G. Figur
  • 29 de nov. de 2018
  • 5 min de leitura

Discernimento Espiritual.

O Ser humano é um espírito, tem uma alma e habita num corpo. É a coisa mais básica e simples que se pode dizer para discernir como funciona o homem, no entanto, têm-se parado de discernir apenas por ai, quando isso deveria ser apenas o começo de algo muito maior e infinitamente mais profundo.

Neste artigo não conseguirei falar tudo a respeito deste discernimento, mas pretendo ao menos dar noção da profundidade, ou de que pelo menos, existem “águas mais fundas” no que toca o “discernimento espiritual”.

Primeiro é necessário lembrar o que significa “discernimento”: Ao passo que discernir é o mesmo que “separar” uma coisa da outra por causa de suas características diferentes, ter discernimento é ter a capacidade e o conhecimento de poder fazê-lo.

Além do significado da palavra, também é preciso lembrar é uma das principais características da maturidade. Um criança não sabe discernir se um alimento é bom ou mau para ela, ela irá decidir pelo que lhe parecer mais atraente, não pelo que realmente vai lhe dar os nutrientes de que precisa, com todo o dinheiro que recebe de seus pais ela vai correndo até a lanchonete ou o bolicho mais próximo e pede ao balconista: “Me dá tudo isso em chocolate!” - Mas o adulto maduro, sabe que alimentos lhe dão todo nutriente de que precisa e quando vai ao mercado fazer as compras do mês volta de lá com legumes, verduras, carnes, e talvez, se sobrar, algum ou outro chocolate.

Maturidade espiritual trará discernimento espiritual, da mesma forma que o discernimento a respeito da própria alimentação do corpo trazem benefícios, e por vezes, nos previnem de passar mal, e até salva nossas vidas, o discernimento espiritual fará o mesmo por nós, mas não será apenas o alimento que iremos discernir, mas tudo, de dentro pra fora, e com o uso da sabedoria, o discernimento espiritual também irá nos beneficiar, nos livrar de problemas, e salvar nossas vidas.

Partindo disto, não é espantoso que a Bíblia associe discernimento a “espada” e da mesma forma, “espada” a “discernimento”. Primeiro em Efésios (#Efésios 6:17), onde o Apóstolo Paulo faz uma alusão à Palavra como “espada do Espírito”, e depois em é dito explicitamente em #Hebreus 4:12 que a palavra é espada fiada que discerne alma de espírito, junta de medula, e até o intento dos corações humanos.

Esses versos, inclusive, nos mostram o quanto a Bíblia é um instrumento poderoso para “dividir” bom de mau, certo de errado, prestável de imprestável, utilidade de inutilidade, principalmente porque ela nos revela o conhecimento da VERDADE. (Que é o próprio Cristo. #João 14:6)

Depois de lembrado o que é “discernir” e “discernimento”, podemos partir para a prática e discernir “Corpo”, “Alma” e “Espírito”, o que nos dará uma boa perspectiva para avaliarmos a nós mesmos e aqueles que vivem conosco, mas lembre-se, isso lhe dá algum parâmetro para “avaliar”, e não o direito de condenar.

Corpo.

Creio que não seja nem uma novidade que corpo fala do que é material, tangível e sensorial. É o corpo que é responsável por manifestar ao resto do que somos nós (alma e espírito), as necessidades vitais como a fome, a sede, o frio ou calor, a dor… Em suma as ferramentas que ele tem para isso são os cinco sentidos. (Visão, Audição, Tato, Paladar e Olfato)

(Mesmo que o conceito de 5 sentidos já tenha caído e seja tomado agora como menos científico e mais filosófico, ainda expressa o conceito geral das habilidades de discernimento do corpo humano.)

Mas além dos cinco sentidos, se manifestam no corpo algumas outras características como por exemplo as tentações mais simples e nesse sentido, mais “tentadoras”, como a tentação de comer mais do que devia (glutonaria). Não me refiro aqui àquela vontade de comer até estourar premeditada, mas àquela que se dá e é quase irresistível, que depois de ter comido o suficiente para ficar satisfeito, você quase automaticamente serve mais um pouquinho de comida no prato “porque está uma delícia”.

A tentação de desejar uma bela mulher ou um belo rapaz (volúpia). Não falo da busca premeditada por pornografia, mas daquela “oportunidade quase irrecusável” de olhar além do decote da moça com quem está conversando, ou da moça (acredito que com menos frequência) tentar decifrar o volume nas calças do rapaz. Claro que estou remetendo ao mesmo sentido sexual de homem para mulher, e vice versa, como não sou mulher, não sei por onde os olhares femininos se perdem num corpo masculino, mas acho interessante como é de conhecimento público os lugares por onde o olhar masculino se perde num corpo feminino.

A tentação pela violência. Não aquele ato premeditado de ser violento com alguém, de bater e agredir alguém por que o odeia ou simplesmente porque pode, mas falo aqui daquele reflexo imediato do “bateu, levou”.

Tente reprimir esses instintos na mesma velocidade em que eles se dão, e vai perceber o quanto são tentações fortes, e não premeditadas pelas outras partes do que somos nós, como alma e espírito.

Todas essas coisas de que falei, são reflexos de nossa natureza, todas elas tem um sentido prático de sobrevivência: A gula quando manifesta como reflexo, é apenas seu corpo querendo criar “estoque” de nutrientes e energia para o corpo. A volúpia quando se manifesta como reflexo é apenas seu corpo buscando por um eventual parceiro para procriar. A violência quando manifesta como reflexo é o seu corpo “se defendendo”.

Essas tentações tem orgiem na carne. Mesmo que, tanto a alma quanto o espírito humano, podem dar início um comportamento violento, já não é uma tentação instintiva, mas uma decisão pelo pecado. A mesma coisa ocorre com a volúpia e a gula e todos os pecados de ordem biológica.

A boa notícia aqui é que nem um ser humano pode ser guiado exclusivamente por sua carne, ela irá providenciar sensações, as quais a alma determinará se são “gostosas” ou “desgostosas”, será o espírito ou a alma, ou ambos que irão dar a direção.

Vale ressaltar que quando eu falo aqui em “pecados de ordem biológica”, não estou me referindo ao sentido: É biológico, logo é impossível de se dominar.

Não é isso que estou querendo dizer, na verdade quero apenas dizer com isso que se tratam de pecados ligados aos instintos humanos naturais, presente em todos nós.

Falar que temos pecados que se originam desde a nossa natureza biológica, não é concordar que “não existe como o homem se ver livre da prática do pecado”, é apenas concordar com a justa condenação que a raça humana recebeu no Éden: Todos pecaram, e destituídos estão da graça de Deus (#Romanos 3:10). Na verdade, em se tratando da natureza de Adão em nós, sem novo nascimento, de fato o homem comum jamais se livrará da prática do pecado, mas o homem que nasceu de novo, esse não só é capacitado, como tem o dever de se livrar da prática do pecado. (#Mateus 5:48)

Próximo é "Alma", continua...

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